Danças, jogos e canções

 

“Um disco com várias caras da orquestra na figura de cada compositor”. Assim, o flautista e saxofonista Teco Cardoso define a essência do novo CD da Orquestra Popular de Câmara, que já está disponível nas lojas.

Considerado um dos melhores grupos da música brasileira contemporânea, a Orquestra esteve no mês de julho em uma turnê européia, com parada em alguns dos principais festivais de música da Alemanha, Espanha e Bélgica, com críticas positivas da imprensa especializada.

A proposta do novo trabalho, apresentado durante a turnê e lançado em três dias em agosto aqui em São Paulo no Teatro do SESC Vila Mariana, é apresentar várias leituras que cada um dos participantes (músicos, solistas, compositores, improvisadores, arranjadores) fez com sua composição para a orquestra. Sem, com isto, abandonar as idéias do primeiro disco e da própria formação do grupo: a apropriação de linguagens populares e eruditas e, no que diz respeito aos arranjos, a mistura de estruturas fechadas e abertas.

A gravação no teatro do Sesc Ipiranga, em outubro de 2002, une-se às características da orquestra, ou seja, a interação entre os músicos e o público é mais propícia com a energia do “ao vivo”.

Entre as músicas que integram o novo disco “Danças, Jogos e Canções” estão: “Malunga”, de Caíto Marcondes; “O Circo Invisível de Fellini”, de Mané Silveira; “E Eles Ainda Dançam”, de Benjamim Taubkin; “23 de Junho de 1996” e “23 de Junho de 1997”, ambas de Hermeto Paschoal; “Jabaculê no Jabour”, de Teco Cardoso, dedicada a Hermeto Paschoal; “Correnteza”, de Tom Jobim; “Black Bird”, de John Lennon e Paul McCartney e arranjos de Benjamim Taubkin; e “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira e arranjos de Sylvinho Mazzucca Jr.

Orquestra Popular de Câmara

A Orquestra Popular de Câmara tem, em sua formação, a convivência harmoniosa de instrumentos tradicionais e populares, como o violoncelo, piano, zabumba, acordeon, bandolim, flautas indígenas e saxofones. Foi criada para o evento “Sons de Orquestra”, do Sesc Pompéia. Desde então, apresenta-se em eventos como “Da sanfona à Sinfonia”, com a participação de Naná Vasconcelos e Tião Carvalho, do Grupo Cupuaçu; “Festival Chorando Alto”, com o bandolinista americano Mike Marshall e o grupo de choro “Isaías e seus Chorões”.

Foi uma das atrações da inauguração do Sesc Vila Mariana e participou do ” Fórum de Música Instrumental”, no Rio de Janeiro. A Orquestra Popular de Câmara tem como base a associação de renomados instrumentistas, que produzem arranjos originais e inovadores: Benjamim Taubkin (piano), Teco Cardoso (sax e flautas), Mané Silveira (sax e flauta), Caíto Marcondes (percussão), Guello (percussão), Mônica Salmaso (voz), Ronen Altman (bandolim), Lulinha Alencar (acordeon), Zezinho Pitoco (percussão), Ari Colares (percussão), Sylvinho Mazzuca Jr. (contrabaixo) e Dimos Goudaroulis (violoncelo). Desde 1998, faz shows no Supremo Musical, além de turnê pelo estado de São Paulo.

O CD de estréia “Orquestra Popular de Câmara” foi lançado em 1998, pela gravadora Núcleo Contemporâneo, no Sesc Pompéia, e foi aclamado pela crítica e público. Recebeu o “Prêmio Movimento/1999”, como melhor CD na categoria Revelação Instrumental e foi eleito, pelo site canadense Caravan Music, melhor disco de 99 na mesma categoria. O segundo disco está em fase de finalização e deve ser lançado em meados de abril.


Os músicos

Ari Colares (percussão)
Professor da Universidade Livre de Música e da ECA-USP. Como músico, já se apresentou com: Naná Vasconcelos, Egberto Gismonti, Winton Marsalis, César Camargo Mariano, entre outros. Atualmente, toca com Vanessa da Mata, Fortuna, Banda Heartbreakers, entre outros. Há dois anos, tem atuado em diversas regiões do Brasil no show “Palavra Cantada ao vivo”, com Paulo Tatit e Sandra Perez. Na música instrumental, desenvolve um duo de piano e percussão com Heloísa Fernandes, trabalho iniciado a partir do Prêmio Visa Instrumental, do qual foram finalistas.

Benjamim Taubkin (piano)
Lançou seu CD “A Terra e o Espaço Aberto” -indicado para o “Prêmio Sharp” e “Prêmio Movimento”, em 98. É também um dos criadores do Núcleo Contemporâneo.

Caíto Marcondes (percussão)
Teve seu CD “Porta do Tempo” lançado no Brasil e Europa. Airto Moreira o considera “o Villa-Lobos da percussão”. Fez a trilha sonora, junto com Teco Cardoso, para o filme”O Cineasta da Selva”, cujo CD foi lançado pela Gravadora Núcleo Contemporâneo.

Dimos Goudaroulis (violoncelo)
Nascido na Grécia, tem se apresentado em diversas formações, de grupos barrocos a música contemporânea.

Guello (percussão)
Tem se apresentado com diversos músicos como Zizi Possi, com quem gravou os últimos quatro CDs, Chico César, Joyce, entre outros.

Lulinha Alencar (acordeon)
Pianista, acordeonista, compositor e arranjador, iniciou seus estudos em piano, harmonia funcional e improvisação jazzística no Instituto Waldemar de Almeida em Natal, Rio Grande do Norte. Formou, recentemente, o trio de música instrumental chamado LSD’JAZZ, e tem também um trabalho pela gravadora Alfa Music, em 1996. Como acordeonista, tem feito vários trabalhos com artistas e bandas como Mafuá, Mawaca, João Bá, Antônio Barros e Cecéu.

Mané Silveira (flauta e saxofone)
Tem três CDs lançados pela gravadora Núcleo Contemporâneo: “Sax sob as Árvores” (indicado para o “Prêmio Sharp”), “Bonsai Machine” e ” Ímã” (parceria com Swami Jr.).

Mônica Salmaso (voz)
Considerada uma revelação vocal no país. Lançou o CD “Trampolim”, em 1998, e “Afrosambas”, com Paulo Bellinatti, em 1996. Vencedora do Prêmio Visa – Eldorado 1999 como “Melhor Cantora”.

Ronen Altman (bandolim)
Representante da nova geração de bandolinistas. Participou da trilha do filme “Terra Estrangeira” de Walter Salles Jr., e de diversas edições do “Festival Chorando Alto”.

Sylvinho Mazzucca Jr. (contrabaixo)
Tocou com vários artistas, entre eles, Ivan Lins, Zona Azul. É um dos contrabaixistas mais consistentes em atividade.

Teco Cardoso (flauta, saxofone, flautas de bambu)
Vencedor do “Prêmio Sharp” de 1998 (Cat. Revelação Instrumental) com o CD “Meu Brasil”. É um dos criadores do Núcleo Contemporâneo. Tem realizado diversas turnês com o seu próprio grupo e ao lado de artistas como Joyce, Dori Caymmi, entre outros. Fez a trilha sonora para o filme “O Cineasta da Selva”, junto com Caíto Marcondes e lançou, no final de 99, o CD “Quinteto”, em parceria com a flautista Léa Freire. Em parceria com Ulisses Rocha, lançou o CD “Caminhos Cruzados”.

Zezinho Pitoco (percussão)
Participou da criação de diversos grupos de música brasileira, como “Mexe com Tudo” e “Mistura e Manda”. É, atualmente, diretor musical de Antônio Carlos Nóbrega.

 


Críticas

“O que eu amo nessa música é o fato dela soar como o PRESENTE no Brasil, sem ser de alguma forma tão tradicional, mas sendo óbvio que os músicos conhecem inteiramente as fontes do que estão tocando.”
— Pat Metheney

“Não é fácil, afinal, definir o registro dessa música. Existe um afeto sem nome, que os músicos conhecem bem, e que nos leva para além das meras paixões. Não tem nome, mas um adjetivo possível para ele é “musical”. Foi de lá, quem sabe, do fundo dessa emoção quase impessoal, que a Orquestra encontrou reservas de sentido. E é para lá, sobrevoando toda contingência, que a gente vai agora, que a gente sempre quer ir, seguindo o pássaro preto da música, correnteza abaixo”.
— Folha de S.Paulo, 14/10/2002, Arthur Nestrovski

“Orquestra Popular de Câmara vai fundo na tradição, mas mesmo assim apresenta uma fidelidade contemporânea com a música popular tradicional”
— O Estado de São Paulo, 17/12/99, Mauro Dias

Danças, jogos e canções Imprensa

Gazeta do Povo, 10 set 04.
Jornal do Estado, 10 set 04.
Hoje em Dia, 23 ago 03.
Veja São Paulo, 13 ago 03.
Almanaque Brasil, jul 03.
MusiBrasil, Itália, 2003.